É difícil falar em um “padrão” para a pele, porque a pele é tudo, menos estática. Ela não é como um quadro na parede: é mais como um aquário dinâmico e cheio de cores. Dentro dela e em sua superfície, nem suspeitamos, mas mil processos estão sempre ocorrendo. Nem mesmo quando dormimos, essa movimentação frenética, das suas substâncias, da sua flora bacteriana, de seus incríveis processos, cessa.

Além disso, em especial quando falamos da pele do rosto, ela se transforma conforme avançam os ponteiros do relógio e não estamos falando propriamente da chegada da velhice. É que a pele acompanha nossas várias fases na vida. Na puberdade, é uma. Na idade adulta, é outra. E não apenas isso: clima, condições de saúde, nossas emoções e sentimentos também interferem nela.

Outra força poderosa responsável por alterar a nossa pele são os hormônios. A eles cabe o envio de mensagens de uma parte do corpo para outra, comunicando aspectos que ajudam a regular nossos processos físicos e comportamento.

Costumamos pensar neles de um modo isolado. Nos preocupamos, no máximo, em saber se eles estão equilibrados ou não, por exemplo, mas o fato é que a pele dialoga o tempo todo com os hormônios, com eles se comunica e reage – é enorme o papel desempenhado por eles no que diz respeito a ela.

mulher esfoliando a pele

O CICLO MENSTRUAL É UM PROCESSO CÍCLICO QUE PODE REVELAR MUITO SOBRE OS HORMÔNIOS E A PELE DA MULHER

Nessa engrenagem, digamos que o ciclo menstrual é um determinante-chave, isso porque a pele muda em resposta às variações hormonais tão presentes nele. É possível perceber essas oscilações nos níveis de hidratação da pele, surgimento de espinhas, brilho, elasticidade e até na capacidade de cicatrização – todos esses elementos percorrem diferentes fases nessa época.

Assim, monitorar as alterações na pele permite que se notem quaisquer padrões ocorridos no mês. Isso nos proporciona criar um plano de ação ou método para minimizar alguns efeitos dos quais não gostamos e potencializar outros, que podem se mostrar benéficos.

Se você quer saber em detalhes o que acontece com a pele enquanto seus hormônios sobem e descem, de modo a antecipar ajustes em sua rotina, fazendo a sincronização e adaptando a skincare para corresponder ao seu ciclo único, basta nos seguir até o fim deste artigo.

  1. O que é a sincronização de cuidados com a pele através do ciclo?
  2. Uma relação estreita: os hormônios sexuais e as glândulas sebáceas
  3. Os hormônios sexuais e o ciclo
  4. O que é acne hormonal?
  5. Sincronizando o ciclo

O que é a sincronização de cuidados com a pele através do ciclo?

Basicamente, o ponto de partida da sincronização do ciclo é entender que os níveis hormonais estão se modificando enquanto ele transcorre e as necessidades de skincare precisam acompanhar essa trajetória. Desse modo, essas alterações na pele serão respondidas da melhor maneira possível.

Como diria o filósofo francês Michel Foucault (1926-1984) “saber é poder”. Já imaginou que investigar seu ciclo e sua pele podem fazer muito bem à rotina que você já tem?

Especialistas no tema apontam que esta técnica é melhor para pessoas cuja pele muda perceptivelmente ao longo do mês e para quem experimenta recorrência entre essas mudanças.

Como podemos fazer isso? A ideia é adaptar os produtos de cuidados com a pele já integrados à rotina, como limpador, tônico, esfoliante e hidratante, ao seu ciclo menstrual. O propósito maior disso é justamente melhorar a função e a aparência da pele e reduzir (ou prevenir) as temidas espinhas, que afetam uma boa parte das mulheres nesse período (mais à frente detalharemos melhor a acne hormonal).

Se você já costuma dar atenção à sua pele, em especial a da face, já deve ter notado que, conforme isso ocorre, mudam drasticamente as necessidades cutâneas. Um dia ela vai estar mais seca, pouco tempo depois, por exemplo, pode estar “brotando óleo”. Por que isso acontece?

OSCILAÇÕES EMOCIONAIS TAMBÉM COSTUMAM SER MARCANTES ENQUANTO CAMINHA O CICLO

Resumidamente, antes, durante e depois da menstruação, as mulheres passam por um turbilhão de alterações hormonais que costumam causar alguns sintomas bem característicos no humor, no corpo e na pele. Isso pode se traduzir, inclusive, em cólicas, irritação ou tristeza e um desejo louco de comer doces (ou seja, as transformações cutâneas são apenas mais um sinal nesse verdadeiro “combo” trazido pelos hormônios).

Por exemplo, antes da menstruação normalmente é quando a acne dá as caras. No entanto, pouco tempo depois que o fluxo se vai, parece que surge a melhor pele de todas, equilibrada, sem excesso de sebo. Essas flutuações não ocorrem por acaso e não são uma coincidência.

O lado bom é que vamos nos habituando a esse ciclo natural e ele gradualmente se torna previsível, então sentimos que podemos, senão ter o controle da nossa própria pele, ao menos amenizar os sintomas dos piores dias dela, otimizando a rotina, ou seja, trabalhando junto com as mudanças do corpo e não contra elas.
Para saber lidar com esse cenário tão flexível, o importante é entender em que momento elas acontecem, ou seja, quando exatamente a rotina de skincare deve ser ajustada.

Uma relação estreita: os hormônios sexuais e as glândulas sebáceas

Os hormônios atuam como mensageiros químicos do corpo. Na prática, eles são secretados na corrente sanguínea e empreendem uma grande viagem para tecidos e órgãos específicos, com o intuito de ajudá-los a executar bem seu trabalho. É assim que, diariamente, os hormônios coordenam e realizam funções características no organismo.

A ATUAÇÃO DOS HORMÔNIOS SEXUAIS É CONHECIDA PELO SEU ESTÍMULO À PRODUÇÃO DE SEBO

Por outro lado, muitas das modificações que verificamos na aparência da pele, tanto na puberdade como ao longo da vida, referem-se ao trabalho de pequenas glândulas, denominadas sebáceas. Elas secretam uma substância oleosa chamada “sebo” e a produção dela pode variar ao longo do ciclo menstrual.

Por volta da puberdade, tais glândulas começam a ter seu tamanho aumentado. Estima-se que a maior parte desse sebo é expelida entre os 15 e 35 anos.

As glândulas sebáceas, como muitas outras partes da pele, possuem receptores influenciados por hormônios sexuais. São esses receptores que permitem a interação, isto é, graças a eles os hormônios transmitem suas mensagens. Especialmente os androgênios (que são hormônios sexuais masculinos, como a testosterona, mas que estão presentes em homens e mulheres) têm uma forte ação sobre as glândulas sebáceas.

A questão é que esses androgênios intensificam a criação de sebo durante a puberdade. A matemática é simples: quando existem mais androgênios efetuando uma ligação com os receptores das glândulas sebáceas, mais sebo vai surgir. Por conseguinte, esse contexto pode acarretar um claro aumento na oleosidade da pele, facilitando a presença da acne.

No recém-nascido, devido à ação dos andrógenos maternos, as glândulas sebáceas estão moderadamente desenvolvidas. Passada essa influência dos andrógenos da mãe, as glândulas sebáceas regridem, voltando a se desenvolver na puberdade, através dos andrógenos de origem testicular, ovariana e suprarrenal.

As maiores glândulas sebáceas são encontradas nas regiões onde o sistema piloso (que se refere aos pelos) é menos desenvolvido, como, por exemplo, nariz e fronte. Elas são compostas por uma delicada rede de malhas, cheias de gorduras.

Em um estudo realizado com mulheres com pele oleosa, aumentos na produção de sebo ocorreram durante a semana anterior à menstruação e também durante a semana da menstruação. A semana com a menor quantidade de sebo produzida foi a segunda semana do ciclo menstrual. Em mulheres de pele não-oleosa, não foram percebidas mudanças significativas nesse processo. Uma vez que níveis hormonais não foram medidos nesse estudo, os pesquisadores não puderam afirmar se as mudanças na oleosidade da pele se deviam de fato a mudanças nos níveis hormonais.

Muitos outros fatores influenciam os níveis de sebo e podem afetar a oleosidade da pele, a exemplo de:

  • Excesso de exposição solar;
  • Uso excessivo ou indevido de produtos para cuidado da pele;
  • Genética;
  • As estações do ano.

O interessante é que para a ciência, o verdadeiro significado fisiológico do sebo ainda é desconhecido. Porém, têm sido atribuídas a ele, além de sua importância nos mecanismos de equilíbrio do organismo humano, funções como barreira de proteção, atividades microbianas, antibacterianas e antifúngicas.

Os hormônios sexuais e o ciclo

Embora existam muitos tipos diferentes de hormônios envolvidos no ciclo menstrual, o estrogênio, a progesterona e a testosterona desempenham os papéis mais importantes quando se trata de sincronizar o ciclo de sua rotina de cuidados com a pele:

  • Testosterona – Estudos sugerem que pessoas com acne podem produzir mais testosterona. O acréscimo dos níveis de testosterona pode levar à criação excessiva de sebo, que, por sua vez, bloqueia os folículos e causa inflamação das glândulas sebáceas. Isso pode, além de desencadear um surto de acne, levar o cabelo a ter uma sensação de oleosidade.
  • Embora os níveis de testosterona variem ao longo da vida (a puberdade, por exemplo, é uma fase de pico), no decorrer do ciclo menstrual ela se altera apenas um pouco.

  • Estrogênio – Pode ser um verdadeiro alívio para a pele, ajudando a mantê-la sem acne e suprimindo a produção de sebo. Como se não bastasse, estudos mostram que o estrogênio também tem muitos efeitos antienvelhecimento, aumentando a produção de colágeno, colaborando para melhorar a espessura e a elasticidade e favorecendo a cicatrização. Desempenha, igualmente, um papel essencial na função de barreira lipídica saudável, que evita que a pele resseque.
  • Mesmo que ainda não esteja claro até que ponto esse hormônio afeta as glândulas sebáceas, o estrogênio demonstrou reduzir os níveis de produção de sebo e de ativação glandular, particularmente em altas doses. Por outro lado, quando fora de equilíbrio, ele também pode criar problemas de pele. Altos níveis de estrogênio, também conhecidos como “dominância de estrogênio”, estão associados à hiperpigmentação e ao melasma;

  • Progesterona – Níveis saudáveis dela também podem influenciar positivamente a pele, auxiliando a parar a acne relacionada à testosterona e oportunizando uma pele sem espinhas. Por outro lado, no ciclo menstrual, a progesterona aumenta depois da ovulação e, como consequência, cresce também a temperatura do corpo. Isso leva a taxas mais altas de suor, significando que indiretamente ela pode deixar o ambiente da pele mais propenso à acne.
  • Vale ressaltar que os níveis de progesterona caem na presença de estresse crônico e ao ocorrer isso possivelmente aparecerão sintomas como testosterona alta, dominância de estrogênio e TPM. Tradução: mau humor, pele oleosa e inclinada a manchar.

Analise o contexto geral do nascimento da acne em seu rosto no decorrer do mês. Talvez, se prestar atenção no momento em que isso aconteceu, notará que foi por volta da terceira semana, durante a chamada fase lútea, que é quando a progesterona faz a pele inchar. Isso termina por deixar os poros apertados e, por fim, a produção de óleo também aumenta, o que é uma dupla ação perigosa, permitindo o surgimento de inflamações.

A IDEIA DA SINCRONIZAÇÃO É USAR OS PRODUTOS DE SKINCARE DE MANEIRA A COMBINÁ-LOS A CADA FASE

Esses são indícios, mas para ter uma informação mais precisa e fazer uma sincronização eficiente, grandes aliados podem ser aplicativos específicos para isso. Atualmente há vários disponíveis na internet e eles fornecem o suporte para que se possa rastrear o ciclo e seus sinais.

A ideia é acompanhar por ao menos dois a três meses para observar os padrões dentro do ciclo. A nossa orientação nesse sentido é o Paula, que foi criado pela Famivita com o objetivo de fazer com que as mulheres compreendam melhor seus corpos. O aplicativo é um calendário menstrual e de ovulação com inteligência artificial, totalmente gratuito.

Vejamos abaixo as quatro fases no ciclo menstrual e de que modo se dá a flutuação hormonal, dependendo de em qual delas nos encontramos:

  • Fase 1 (Menstrual) – Começa no dia primeiro do período e pode durar de três a seis dias. Os hormônios estão baixos;
  • Fase 2 (Folicular) – Inicia após a menstruação, normalmente termina por volta do dia 12. O estrogênio começa a se acumular;
  • Fase 3 (Ovulatória) – Acontece por volta dos dias 13º e 16º do ciclo. Dura de três a quatro dias, sendo caracterizada por picos de estrogênio;
  • Fase 4 (Lútea) – Está presente entre os dias 17-28. Essa fase ocorre após a ovulação e termina quando uma nova menstruação inicia. A progesterona aumenta de modo expressivo, o estrogênio cresce e ambos caem antes da menstruação.

É a partir dessas informações sobre o ciclo e os hormônios que se efetua a sincronização da skincare. Sem dúvida, com esse conhecimento aliado a uma observação apurada da superfície cutânea, é possível ficar à frente da curva, prevendo as modificações que a pele sofrerá e atendendo a essas mudanças de forma a prevenir e tratar a acne de um modo mais consciente e, por conseguinte, mais eficiente.

O que é acne hormonal

Claro que não é novidade, mas em relação ao ciclo, uma das condições de pele mais relatadas é a acne. Nesse cenário, o surgimento de espinhas hormonais relacionadas à menstruação é muito comum na fase denominada perimenstrual, que compreende 10 dias antes da menstruação, mais os dias de sangramento.

Basicamente o processo acontece da seguinte forma:

  1. Altos níveis de androgênios passam a criar um excesso de produção de sebo;
  2. Pode acontecer desse sebo se combinar com células mortas da pele de dentro dos poros, causando um bloqueio;
  3. Poros repletos de sebo são lugares ideais para bactérias, oportunizando a proliferação delas nos poros e agravando a condição, dando lugar à acne inflamatória.

Embora não se conheça com toda precisão as razões para o surgimento da acne hormonal, há várias hipóteses tentando explicá-las, sendo duas delas:

  • Antes da menstruação começar, não há estrogênio suficiente para promover o seu efeito “antissebo”. Logo, sem o estrogênio estar alto, os androgênios intensificam a produção sebácea, o que leva ao aumento do entupimento dos poros e a um ambiente favorável às acnes;
  • A acne hormonal resulta de uma deficiência ou desequilíbrio nos níveis de progesterona ou estrogênio.

Já se sabe, porém, que mulheres que possuem ciclos com maiores níveis de androgênios, como as que têm síndrome do ovário policístico (SOP), são mais predispostas à acne. Por isso, algumas delas notam uma flagrante diminuição no surgimento de espinhas ao tomar anticoncepcionais hormonais.

A explicação é que na pílula anticoncepcional combinada, o estrogênio sintético está presente em doses que inibem a ovulação. Quando a ovulação não acontece, androgênios ovarianos não são produzidos. Nem toda acne, no entanto, terá relação com o ciclo menstrual ou hormonal.

Embora a acne seja prevalente na adolescência, vários autores apontam que o número de casos em mulheres adultas vem aumentando, seja naqueles que começaram na adolescência e persistiram, seja naqueles em que há o surgimento tardio da doença. Na forma adulta tem sido estudada especialmente a chamada hiperandrogenia (aumento da ação biológica dos andrógenos) como um dos fatores principais.

Na mulher, a maior produção de androgênios ocorre na glândula adrenal e nos ovários.

E como a acne hormonal vai se mostrar na mulher adulta? Em linhas gerais, ela é caracterizada pelo predomínio das formas leves de acne, com uma localização mais frequente na região perioral (em volta da boca), na mandíbula e no pescoço, bem diferente daquela da adolescência, em que as lesões aparecem mais nas regiões malares (ou seja, na parte superior das maçãs do rosto) e na fronte (entre as sobrancelhas e o couro cabeludo).

A ACNE HORMONAL VAI SE MOSTRAR DIFERENTE DAQUELA DA JUVENTUDE

A associação entre hormônios e acne é pesquisada há muitos anos. Em 1969, por exemplo, foram correlacionados os níveis aumentados de testosterona com a acne. Noutro estudo se atestou a relação entre aumento de androgênios e acne, hirsutismo (o aumento da quantidade de pelos no corpo da mulher, em locais comuns ao homem) e distúrbios menstruais.

Além dos que já citamos, os principais hormônios envolvidos no processo acnéico são:

  • Hormônio luteinizante (LH);
  • Hormônio folículo estimulante (FSH);
  • Prolactina (P);
  • Testosterona livre (TL);
  • Sulfato de dehidroepiandrosterona (DHEA-S);
  • Dehidroepiandrosterona (DHEA);
  • Androstenediona (A).

Vale lembrar que a acne crônica ou grave em diferentes pontos do seu ciclo pode ser um sinal de que algo precisa ser resolvido.

Sincronizando o ciclo

Após dispor dessas informações a respeito dos hormônios e da acne hormonal, bem como acompanhar em detalhes o ciclo por alguns meses, é hora de intercalar esse conteúdo com a skincare, realizando a sincronização.

É importante salientar que aqui faremos apenas sugestões, sendo o conhecimento sobre a própria pele algo fundamental para respeitá-la em suas particularidades, já que há tipos cutâneos que simplesmente não aceitam bem alguns cosméticos e substâncias.

  • Menstruação (Em média dias 1-6): Ativos reparadores, calmantes e hidratantes

Essa fase tem como característica baixos níveis de estrogênio e progesterona (o primeiro confere à pele firmeza e hidratação; o segundo, oleosidade), o que pode deixar a pele seca e sem brilho ou até mesmo com aspecto de cansada. Por outro lado, um aumento no hormônio prostaglandina pode fazer com que a pele fique mais sensível e inflamada.

Os níveis dos hormônios que são produzidos pela glândula hipófise igualmente diminuem (como o LH e o FSH). É interessante, então, nessa época, evitar esfoliar e depilar e se possível ter também ao menos oito horas de sono regular.

Além disso, pode-se apostar em uma hidratação leve com um tônico de água de rosas, por exemplo, porque nessa altura o controle da oleosidade ainda pode ser um problema. Não raro essa fase é acompanhada por espinhas.

O momento também é de limpar os poros, absorver toxinas e facilitar a renovação celular. Um bom ingrediente a se utilizar nesse período é o ácido salicílico, pois ele é eficaz na diminuição de cravos e espinhas, agindo, ainda, para dissolver os detritos da pele que entopem os poros. É também anti-inflamatório e ajuda a reduzir a vermelhidão.

  • Fase folicular (Pós-menstruação/ Em média dias 6-12): Ativos que estimulam o colágeno e mantêm o brilho

Digamos que essa é a hora de ouro da pele. O estrogênio começa a subir, otimizando a retenção de umidade cutânea, os níveis de colágeno crescem, resultando em uma pele mais “gorda” e elástica, e tudo cicatriza mais rápido que o normal. Todo esse conjunto dá a ela um brilho natural.

ALGUNS HORMÔNIOS SEXUAIS FEMININOS PODEM ESTIMULAR AS MANCHAS NA PELE

Além disso, há um grande bônus: a produção de sebo está controlada. Para prolongar essa luminosidade natural, uma boa dica é usar um sérum de vitamina C ou de ácido hialurônico (ou mesmo, intercalar os dois).

Também se pode esfoliar entre esses dias, com um peeling químico leve (sem grânulos, afinal não há por que irritar a pele), mantendo a limpeza dos poros em dia e dando aquela forcinha para a renovação celular. Ácido glicólico é igualmente uma boa opção.

Essa fase também é perfeita para caprichar em ativos antioxidantes, como o retinol, pois ele (assim como a vitamina C) impulsiona o colágeno (já naturalmente estimulado aqui) e clareadores como o ácido tranexâmico.

O protetor solar é especialmente essencial nessa fase, porque o aumento do estrogênio e os danos causados ​​​​pelo sol podem levar à hiperpigmentação. Dê preferência àqueles de consistência mais fluida, que não obstruem os poros.

Uma boa dica é que se você tem uma pele mais oleosa, hidratantes nutritivos diurnos podem ser usados ​​como creme noturno.

  • Ovulação (Em média dias 13-16): Ativos preventivos

Estrogênio e testosterona são ampliados, bem como altos níveis de hormônio luteinizante fazem com que um óvulo seja liberado. Como mencionamos, a fase lútea (que é a seguinte) terá um aporte maior de trabalho por parte das glândulas sebáceas. Assim, é interessante se pensar em prevenir o surgimento da acne, antes que a oleosidade se instale.

Nessa etapa, já se pode observar que a pele está mudando, apresentando mais sebo e igualmente predisposta a manchas. Um item que não pode faltar nesse período é o gel de aloe vera, que não é oleoso, tem altas propriedades anti-inflamatórias e função antibacteriana. Um sérum contendo niacinamida também pode ser uma boa escolha.

Altos níveis de testosterona costumam favorecer igualmente a produção de pelos faciais, então pode ser mais indicado aqui estar atenta a isso.

  • Fase lútea (Em média dias 17-28): Ativos que acalmam a inflamação e controlam o sebo

Essa é a fase mais temida, porque os picos de progesterona fazem com que a pele fique inchada e os poros se contraiam. Já no que se refere à testosterona, um desequilíbrio pode resultar em uma maior quantidade de sebo, que fica presa nos poros, causando espinhas e inflamação. Em contrapartida, caem os níveis do “glorioso” estrogênio, que tanta beleza nos concedeu na fase folicular. Com tudo isso acontecendo, o inchaço no rosto tende a ser comum, podendo ser aliviado com massagens faciais.

Nessa época, uma outra peculiaridade é que a pele tende a ficar oleosa, porém desidratada, porque a capacidade de retenção de água costuma ser reduzida. A produção de colágeno também diminui, a elasticidade se torna menor e há piora de doenças como rosácea e psoríase, por exemplo. Mas, calma, já temos ciência de tudo isso e assim torna-se possível minimizar os danos.

Nessa fase, encontrar o equilíbrio da pele quase significa ganhar uma partida de xadrez: é necessário eliminar o excesso de óleo sem desencadear uma pele inflamada, já que a inflamação pode significar espinhas como resposta.

Assim, desaconselha-se nesse período qualquer tipo de cosmético mais “pesado”, porque sem dúvida vai colaborar para obstruir os poros. Apenas texturas em forma de sérum são indicadas. A limpeza é uma parte bem importante, de modo que deve ser feita sem agredir, de preferência com um pH adequado à pele do rosto (entre 5 e 5.5). Julgando necessário, a face pode ser limpa uma vez a mais por dia.

Caso já se tenha uma rotina de skincare definida e ela seja um pouco extensa (com mais de quatro produtos, por exemplo) é interessante reduzi-la, pois nesse período vale a máxima “menos é mais”. Tudo para não irritar a pele ou saturá-la.

Um ingredientes-chave que pode favorecer essa fase é o ácido ferúlico e, caso não se tenha uma pele sensível e reativa, pode ser feito um tratamento local em áreas mais propensas à acne (como a mandíbula, por exemplo), através de um gel à base de peróxido de benzoíla. Cosméticos contendo componentes calmantes, como tea tree, também podem ser de grande ajuda.