Engraçado que desde que me entendo por gente ouço minha mãe falar das coisas que os “antigos” diziam. Era tal de pode e não pode fazer, isso ou aquilo para ajudar no leite e no pós-parto… Na verdade quando criança eu acreditava em praticamente tudo que minha mãe dizia, afinal, a referencia que ela tinha era as “verdades” que minha avó dizia, e foi nesta cultura que me criei. O tempo foi passando e eu como boa curiosa que sou, comecei a pesquisar sobre tudo que minha mãe dizia, e claro, também o que a minha avó materna dizia como sendo verdade absoluta.

A verdade é que as pessoas não tinham bem como explicar os acontecimentos, e criavam mitos ao redor que acabavam se firmando com crendices populares e que influenciavam muito as novas mamães da época e quem sabe, ainda nos dias de hoje com tanto conhecimento a disposição na internet e, informações dadas pelos médicos, um pouco de crendices ainda pairam no ar. Mas do que está falando? O que exatamente são as crendices populares ao redor do mundo materno que há anos atrás as mulheres conviviam? Vamos à elas!

Metal próximo ao seio: Não de se deve colocar metal próximo ao peito quando está amamentando. Se houvesse algum metal, ferro ou corrente que fosse próximo ao seio no período de amamentação, o leite poderia secar sem aviso prévio. Repentinamente o leite sumia! Também se a mãe guardar chave ao seio, fará com que seu filho nasça com lábio cortado, o famoso lábio leporino. No entanto, sabe-se que o lábio leporino acontece devido à uma má formação, não junção dos lados da face quando se juntam. Nada teria a ver com presença de chave nos seios.

Correntinha ou cordão: quando usado na gestação, pode fazer com que o cordão umbilical dê voltas ao redor do pescoço do bebê. Hoje sabemos que o cordão umbilical dá mesmo voltas ao redor do pescoço do bebê independentemente se a mãe usar ou não a correntinha ou colar. Isso porque os movimentos do bebê na barriga farão com que o cordão se “enrosque” seja no pescoço ou outro parte do corpo. O cordão umbilical é feito de um material extremamente maleável, como se fosse uma gelatina rígida, um silicone por exemplo. Mesmo que dê uma ou duas voltas ao redor do pescoço do bebê, não é um caso grave porque ela estica. Mas cada caso é um caso, não há de ser por uma simples bijuteria ou acessório que o seu bebê correrá riscos.

Banana siamesa: Se uma grávida comer banana grudada (siamesa) poderia fazer com que o bebê (parte do corpo) ou bebês (se gêmeos) nascessem colados. Sinceramente não vi de onde poderia sair essa superstição. Se bem que antigamente poderia haver uma ligação das crendices com o fato de uma criança nascer colada junto com outra ou alguma parte do corpo do bebê nascer colado, como os dedos dos pés por exemplo, ou qualquer parte do corpo.

Azia e bebês cabeludos: sabe aquela azia que mata a gestante? Relacionaram ela com a quantidade de cabelos que o bebê poderia vir a ter ainda dentro da barriga. Quem nunca ouviu falar – Está com azia? Seu bebê é cabeludo! Mas cientificamente isso não tem ligação. Apenas existe o dizer, mas pessoalmente já acompanhei vários casos em que a mulher sentiu muita azia e nada de cabelo no bebê. Será mera coincidência?

Barriga pontuda vs barriga redonda: Essa é muito conhecida! Quem nunca ouviu falar que mulheres que têm barrigas pontudas estão esperando menino e redonda estão à espera de uma menina? Pois é, o formato da barriga pode dizer muito para sua avó, tia, madrinha etc, porém não tem uma ligação especifica e fisiológica com o fato da barriga ter um aspecto determinar o sexo do bebê. O que acontece é determinado biótipo ter crescimento devido à posição do útero e também da quantidade de espaço para frente ou lados. Uma mulher magra, de quadril estreito, tem a barriga despontando para frente, logo, ela ficará pontuda. Já uma mulher com quadril largo, tem maior espaço para os lados, então, a barriga ficará mais redonda. Isso, independente do sexo da criança.

Crendices Populares Após o Nascimento do Bebê

Crianças que veem seu reflexo no espelho: Com base nas crendices, após o nascimento, se o bebê ficar em frente a um espelho, ele demorará a se reconhecer no futuro e também demorará a desenvolver a sua fala. Teoricamente a criança deverá desenvolver a fala entre 1 e 3 anos de idade. Caso isso não aconteça, não é culpa do espelho e é melhor procurar um médico.

Roupas no sereno e cólicas do bebê: Segundo as crendices da minha avozinha, se as roupas do bebê ficarem ao relento à noite, expostas ao sereno, poderão causar cólicas no bebê. Porém sabemos que na verdade a cólica pode acontecer por alguns motivos independentes das vestimentas. Se o bebê mamar ao seio, pode-se ligar as cólicas à alimentação da mãe. Repolho, café, refrigerante, leite e alguns alimentos, causam gases no bebê. Se o bebê estiver pouco agasalhado no frio, também pode causar gases e dor de barriga. Procure o pediatra, ele vai ajudar caso necessite de medicação, mas vale sempre lembrar as técnicas existentes para se livrar das cólicas do bebê.

Bebê ou criança de 4 com cabeça para baixo olhando entre as pernas está chamando irmão: Por ultimo mas não menos importante, quem nunca ouviu falar dessa crendice popular? Se o filho está olhando entre as pernas com as mãos no chão e em direção da mãe, está chamando irmão! Lembro-me muito bem disso, quando estava brincando e fazia essa pose, minha mãe mandava parar e dava 3 palmadinhas no meu bumbum. Era para não vir bebê! rs então se o seu filho está nessa posição, pode ser um sinal de que tem bebê querendo nascer viu?

Independente de acreditar ou não, respeitar é preciso. Embora muitas dessas crendices tenham caído por terra, há ainda a tradição para algumas famílias. Se sua mãe, avó, sogra ou tia falam, em algum momento ela presenciou algum caso. Não custa nada tomar cuidado.

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Foto: Renée D`Avila,I_am_Joey_H