Após ter um bebê, a vida muda completamente! É um momento cheio de inseguranças e mudanças, não somente físicas, mas sociais e psicológicas também. O pós-parto é uma fase onde a mulher vai aprender a lidar com situações antes nunca experienciadas, e como qualquer mudança em nossas vidas, é preciso nos adaptar para dar conta de tudo.

Como a maternidade não é composta só de maravilhas, muitas mulheres necessitam de auxílio para passar por esta fase. Além do corpo estar se recuperando do parto, ela precisa se adaptar a diversas situações e, também, ao bebê que recém chegou.

São componentes difíceis a serem lidados e muitas mulheres sofrem durante o puerpério. Além disso, algumas condições, como a depressão pós-parto, tornam esse processo ainda muito mais desafiador.

Mas você sabe o que é a depressão pós-parto? Bom, esse é um tipo de depressão que ocorre associado ao nascimento do bebê. É uma doença mental que também afeta homens e tem sido considerada por muitos um problema de saúde pública, pois a sua prevalência é elevada e o seu diagnóstico é difícil de ser realizado.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a prevalência da depressão pós-parto em países em desenvolvimento, como o Brasil, é de até 19,8%; entretanto, alguns outros estudos realizados aqui no nosso país revelam que esse número pode ser ainda maior.

Quais são as causas?

Ainda não se há um consenso sobre quais as causas da depressão pós-parto. Alguns estudos apontam os fatores hormonais e fisiológicos como os principais indutores, mas outros fatores como sociais e psicológicos também devem ser levados em conta.

Como durante a gravidez a produção de progesterona é alta e o corpo da mulher acaba se adaptando com a elevada concentração desse hormônio no corpo. Com o parto, ocorre uma perda considerável da progesterona no corpo da mulher, ocasionando um desequilibro hormonal. Alguns estudiosos apontam que essa perda brusca de progesterona no corpo seria uma das causas que predispõe algumas mulheres para a ocorrência da depressão.

Quanto aos fatores psicológicos, o fato de ter sido uma gravidez não planejada ou indesejada pode ser um agravante para a ocorrência de depressão pós-parto. Por isso, não somente o lado fisiológico, mas também emocional da mulher deve ser levado em conta ao realizar o diagnóstico desta condição.

mulher triste

Quais são os sintomas?

Mulheres com depressão pós-parto apresentam sintomas como humor depressivo, alteração de peso, pouca energia, sentimento de culpa excessiva, desinteresse sexual, falta de apetite, baixa concentração e, até mesmo, ideação suicida. Esses sintomas têm início até nas 4 primeiras semanas após o parto e duram, no mínimo, 2 semanas e podem se estender por meses caso não sejam tratados.

ATENÇÃO! É importante não confundir a depressão pós-parto com a tristeza pós-parto ou baby blues. O que diferencia um do outro, além da duração, é a intensidade dos sintomas.

Como prevenir?

Infelizmente, não há meios de prevenir 100% um episódio de depressão pós-parto. Além de todas as questões fisiológicas e hormonais, há também as questões psicológicas e emocionais envolvidas, sendo tais variáveis de difícil controle. Mesmo mulheres que nunca tiveram depressão ou mesmo aquelas que sempre quiseram engravidar podem apresentar depressão pós-parto.

Entretanto, um acompanhamento psicológico ainda durante a gravidez pode diminuir as chances de apresentar episódios de depressão pós-parto. Caso a mulher já tenha tido depressão em algum momento da vida, a luz de alerta fica acesa, pois as chances de ela apresentar episódios de depressão pós-parto são mais altas e o acompanhamento deve ser iniciado ainda na gestação.

Como tratar?

A depressão pós-parto é uma doença mental que afeta consideravelmente a vida da mulher que sofre com esta condição e, por isso, requer atenção de cuidados médicos para prover as melhores condições de tratamento.

Geralmente, mulheres que apresentam depressão pós-parto não recebem o tratamento adequado para esta condição. Em todo o mundo, cerca de 50 a 90% dos casos não são diagnosticados. Assim, por ser uma condição de difícil diagnóstico, muitas mulheres acabam sofrendo com depressão pós-parto e não recebem o tratamento necessário. Entretanto, é válido reforçar que este quadro é sério e precisa de tratamento, sendo a psicoterapia o caminho mais indicado.

Além da psicoterapia, pode ser necessário o uso de medicamentos, e cabe aqui ressaltar que toda e qualquer necessidade deve ser avaliada com o médico que irá verificar o caso e recomendar o tratamento ideal, visto que devem ser contrabalanceados os riscos e os benefícios de se manter a amamentação.

Caso não tratada, a depressão pode se tornar crônica e cada vez mais grave, afetando até mesmo a capacidade da mulher de cuidar do bebê. Por isso, no caso de sentir os sintomas de forma exagerada, procure ajuda médica o mais rápido possível para que possa ser verificado o que está ocorrendo.

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