A saúde reprodutiva da mulher é baseada em hormônios e tudo deve funcionar perfeitamente para que a gravidez aconteça. Um bom equilíbrio hormonal pode até influenciar na menopausa, de forma que não afete tão intensamente a mulher. São diversos os hormônios importantes nesses processos, mas um destaque são os estrógenos e, entre eles, o estradiol.
Menarca – Primeira Menstruação
A primeira menstruação é dado o nome de menarca. Normalmente, ela acontece entre os 10 e 14 anos de idade. Esse evento surge porque os ovários começam a produção de hormônios a partir do começo da puberdade1.
E como ocorre o ciclo? Como já menciona a própria palavra, ele é cíclico e resulta da secreção de 4 hormônios principais, que se alternam: estrógeno e progesterona (secretados principalmente nos ovários), Hormônio Luteinizante (LH) e Hormônio Folículo Estimulante (FSH). Esses dois últimos vêm da hipófise, uma glândula localizada na base do cérebro.
Quando a menstruação acontece, no início de cada ciclo, há a liberação (pela hipófise) de pequenas quantidades de FSH e LH. Juntos, eles vão provocar o crescimento e amadurecimento dos folículos ovarianos. Justamente o crescimento destes folículos vai promover o aumento progressivo da produção de estrógeno, estimulando o endométrio e atingindo o pico, em média, na metade do ciclo.
No começo, essa concentração alta do estrógeno vai reduzir as quantidades de LH e FSH, mas, logo em seguida, surge um aumento súbito neles, e isso estimulará a ovulação (ou seja, a ruptura do folículo e liberação do óvulo). Depois da ovulação, os elementos que compõem o folículo que se rompeu vão gerar o corpo-lúteo (uma glândula temporária que se forma, após a ovulação). Desse corpo-lúteo saem estrogênio e progesterona2, com o objetivo de manter a gestação, até que a placenta passe a fazer essa função.
E, não ocorrendo a fecundação, caem os níveis de progesterona e estrogênio, ocasionando a diminuição da produção de LH e FSH, e assim o corpo lúteo regride, reduzindo, assim, a produção de progesterona e estrogênio, fazendo com que o endométrio descame, ocorrendo a menstruação e dando início a um novo ciclo.
Dor de Cabeça Antes da Menstruação
Sabe aquela dor de cabeça chata antes da menstruação? E grande irritabilidade? Tudo culpa do estradiol e dos demais tipos de estrogênios. Mas sem eles seria impossível engravidar. E não só isso: sem eles as relações sexuais seriam dolorosas e desconfortáveis, já que são responsáveis pela lubrificação vaginal e pelo muco fértil. O estradiol também é responsável por manter a pele elástica e viçosa.
Quem pretende engravidar deve ficar de olho nos níveis hormonais, sejam de estradiol (e outros tipos de estrogênio em geral), progesterona, LH, FSH ou prolactina. Existem outros, mas esses são os principais para quem deseja engravidar. Por exemplo, um endométrio mais fino, abaixo de 4,0, dificulta muito uma gravidez. O indicado seria acima de 8 ou 10mm.
Nível de Estradiol Descontrolado
Já sabemos que para engravidar é necessário um nível adequado de estradiol, mas o que acontece se o estradiol estiver muito baixo ou alto? Quando o estradiol está muito alto, por exemplo, podem ocorrer alguns problemas como:
- alterações bruscas de humor
- infecção urinária
- insônia
- cansaço excessivo
- ondas de calor (os famosos “fogachos”)
Agora, quando o estradiol está muito abaixo do ideal, isso pode afetar negativamente o ciclo menstrual, já que o FSH, o LH e o estradiol são hormônios que exercem funções vitais nele.
O nível de estradiol também costuma auxiliar quando se faz uma avaliação da reserva ovariana. Isso porque quando em níveis abaixo do normal, ele pode ser um marcador de baixa resposta ovariana.
Estradiol na Gravidez
Na gravidez, o hormônio principal é o estriol, um tipo de estrogênio que é secretado especialmente a partir da placenta, podendo esse hormônio ser um indicador da saúde fetal. Para se ter uma ideia, na gravidez, o estradiol é produzido em microgramas, enquanto o estriol é produzido em miligramas, encontrando-se o estradiol, assim, em uma menor quantidade3.
Estradiol para Fertilidade
O tratamento com estradiol pode durar aproximadamente de 3 a 6 meses. Existem terapias com estradiol também para quem faz outros tratamentos de fertilidade, como a FIV (fertilização in vitro) ou IA (inseminação artificial). Nesses casos, a mulher complementa o tratamento usando indutores com hormônios sintéticos para ajudar no procedimento. Alguns